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Previsão de inflação para 2023 é ajustada para 4,49% pelo mercado financeiro

O mercado financeiro revisou suas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, no Boletim Focus desta segunda-feira (18). A projeção anterior de 4,51% para a inflação em 2023 foi reduzida para 4,49%.

Embora essa nova previsão para 2023 ainda esteja acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, esse ajuste representa uma possível melhoria nas perspectivas econômicas.

As projeções para os anos seguintes também foram divulgadas: para 2024, a expectativa se mantém em 3,93%, enquanto para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para ambos os anos.

No último mês, o aumento nos preços dos alimentos teve um impacto significativo no índice de inflação, com o IPCA atingindo 0,28%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representou um aumento em relação à taxa de setembro, que foi de 0,24%.

A inflação acumulada até o momento em 2023 alcançou 4,04%, e nos últimos 12 meses, o índice atingiu 4,68%.

O Banco Central, com o objetivo de controlar a inflação, utiliza a taxa básica de juros (Selic) como seu principal instrumento. No entanto, após uma série de cortes, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, levando o Copom a reduzir a Selic pela quarta vez no semestre em sua última reunião do ano. O comunicado do Copom indicou que novos cortes de 0,5 ponto estão previstos para as próximas reuniões, dependendo do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

Para 2024, o mercado financeiro projeta que a Selic encerre o ano em 9,25% ao ano. A primeira reunião do Copom em 2024 ocorrerá nos dias 30 e 31 de janeiro. As previsões para o final de 2025 e 2026 são de uma Selic de 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

O ciclo de aperto monetário do Copom, que começou em março de 2021 e durou até agosto de 2022, resultou em 12 aumentos consecutivos na Selic devido ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Após isso, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes desse ciclo de alta, a Selic havia atingido seu nível mais baixo da série histórica em 2% ao ano devido à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19. Essa taxa permaneceu no menor patamar de agosto de 2020 a março de 2021.

As mudanças na taxa básica de juros têm impacto direto nos preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Além da Selic, os bancos também consideram outros fatores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, ao definir as taxas de juros aos consumidores, o que pode afetar a expansão da economia.

Quando a Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais acessível, o que estimula a produção e o consumo, mas também pode aumentar o risco de inflação e impulsionar a atividade econômica.

As projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro permaneceram estáveis, com um crescimento esperado de 2,92% para 2023 e 1,51% para 2024. Já para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta uma expansão de 2% para ambos os anos.

No terceiro trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 0,1% em relação ao trimestre anterior, e a alta acumulada nos primeiros nove meses do ano foi de 3,2%. Esses números colocaram o PIB em seu nível mais alto da série histórica, com um crescimento de 7,2% em relação ao período pré-pandêmico registrado nos últimos três meses de 2019.

A previsão para a cotação do dólar é de R$ 4,93 para o final deste ano, com uma expectativa de que a moeda americana alcance R$ 5 até o final de 2024.

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