Para a safra 2024/25, o Brasil destinará 46,4 milhões de hectares ao cultivo de soja, revela um estudo da consultoria AgRural. Este incremento de somente 0,9% sobre a temporada anterior é o menor avanço em 18 anos, remetendo ao cenário de 2006/07, quando a área plantada sofreu uma contração.
Daniele Siqueira, analista da AgRural, aponta que a falta de atratividade dos preços de mercado está por trás deste crescimento estagnado. Os preços dos contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago, que serve como barômetro global, estão nos patamares mais baixos dos últimos quatro anos. O mercado está de olho na esperada safra recorde nos Estados Unidos este ano e na recuperação da produção argentina no início de 2024.
Recentemente, uma revitalização nos preços foi notada em Chicago, impulsionada pelas compras chinesas de soja americana. No entanto, Siqueira ressalta que estas são apenas estimativas iniciais. As condições áridas nas principais áreas de cultivo no Brasil podem atrasar o começo do plantio, previsto para iniciar em setembro. A AgRural planeja atualizar suas previsões na segunda metade do mês.
Apesar do avanço tímido, a área cultivada com soja no Brasil ainda está programada para atingir um novo recorde. Com base nas expectativas de produtividade, espera-se que a colheita de soja brasileira, líder mundial em produção, cresça 14%, totalizando 168 milhões de toneladas na safra 2024/25. Este aumento notável vem após uma temporada anterior desafiadora, marcada por um clima quente e seco em estados como Mato Grosso e Paraná, além das enchentes no Rio Grande do Sul.
