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Mercado Financeiro Revê Previsões e Projetos Inflação de 4,75% para 2023

Nesta segunda-feira (16), o mercado financeiro reajustou suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil. A previsão anterior, de 4,86%, foi revista para 4,75% para o ano corrente. Essas novas estimativas foram divulgadas no Boletim Focus, uma pesquisa semanal conduzida pelo Banco Central em Brasília, que compila as expectativas de diversas instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

Em relação aos próximos anos, a projeção da inflação aponta para 3,88% em 2024, mantendo-se em 3,5% para 2025 e 2026. Vale destacar que a estimativa para 2023 é próxima do limite superior da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta estabelecida para 2023 é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, variando de 1,75% a 4,75%.

De acordo com os relatórios recentes do Banco Central, a probabilidade do índice oficial de inflação ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção para 2024 também excede o centro da meta, fixado em 3%, embora permaneça dentro da margem de tolerância.

Setembro viu um aumento nos preços da gasolina, o que contribuiu para uma inflação de 0,26%, superando a taxa de agosto, que havia registrado uma alta de 0,23%. No acumulado do ano, a inflação já atingiu 3,50%, e nos últimos 12 meses, alcançou 5,19%, superando os 4,61% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O Banco Central vem utilizando uma taxa básica de juros, conhecida como Selic, como seu principal instrumento para buscar a meta de inflação. O Copom (Comitê de Política Monetária) definiu a Selic em 12,75% ao ano. Dando continuidade a uma série de cortes, o Banco Central controla os juros pela segunda vez no semestre, com expectativa de cortes futuros de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

Embora a inflação tenha apresentado uma alta na segunda metade do ano, isso foi previsto pelos economistas. Na última reunião, o Copom destacou a necessidade de manter uma política monetária contracionista para alcançar a convergência da inflação para a meta em 2024 e 2025, bem como um ancoragem das expectativas. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta estão influenciando a decisão sobre a taxa básica de juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 ganhos consecutivos devido ao aumento dos preços dos alimentos, energia e combustíveis. Durante um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, uma taxa apresentou-se inalterada em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas. Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia atingido seu nível mais baixo na série histórica iniciada em 1986, com 2% ao ano. Essa redução tinha como objetivo estimular a produção e o consumo devido à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19.

O mercado financeiro prevê que a Selic chegue a 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é de que a taxa básica de juros caia para 9% ao ano. As projeções para o final de 2025 e 2026 apontam uma Selic em 8,5% ao ano para ambos os anos.

O comportamento da taxa Selic não afeta apenas a inflação, mas também tem impacto nos preços ao consumidor, pois taxas de juros mais elevadas encarecem o crédito e estimulam a poupança. Outros fatores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, também são considerados pelos bancos na determinação das taxas de juros ao consumidor. Portanto, taxas mais elevadas podem prejudicar o crescimento econômico.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito se torne mais acessível, estimulando a produção e o consumo, mas também promovendo o controle sobre a inflação e incentivando a atividade econômica.

Além das projeções para a inflação e a taxa básica de juros, as instituições financeiras mantêm uma expectativa de crescimento de 2,92% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, sem alterações nas últimas três semanas. Para 2024, a expectativa é de um crescimento de 1,5% no PIB, enquanto para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão de 1,9% e 2%, respectivamente.

Por fim, a previsão para a cotação do dólar aponta para R$ 5 no final de 2023 e R$ 5,05 no final de 2024.

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