O Brasil exportou, pela primeira vez, suínos reprodutores de alta genética para a Colômbia via aérea. A operação foi conduzida pela Granja Elite Gênesis, empresa da Agroceres PIC, localizada em Paranavaí (PR), e envolveu dois anos de ajustes nos procedimentos de importação e exportação, articulados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O protocolo adotado para essa operação foi inspirado nos procedimentos implementados pela Receita Federal e pela Anvisa para a importação de vacinas e insumos contra a Covid-19 em 2021, cujo sucesso internacional ainda é destacado.
Os ajustes envolveram diversos atores, como o importador, o representante legal da empresa, órgãos anuentes como Receita Federal e Mapa, além do Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas (SP), que se tornou a única porta de entrada e saída de suínos por via aérea no Brasil.
A principal finalidade desses ajustes foi agilizar o processo de recebimento dos embarques contendo grandes quantidades de suínos de altíssimo valor genético, os quais iriam compor o núcleo genético do Brasil. A preocupação do Mapa e das empresas envolvidas era garantir o bem-estar animal e a segurança agropecuária, assegurando que os animais selecionados, importados dos Estados Unidos e Canadá a partir de 2023, chegassem ao Brasil em condições confortáveis o mais rápido possível, o que foi coordenado pela chefia do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
Com esses ajustes, o processo de desembaraço aduaneiro dos suínos, que antes levava cerca de 24 horas, agora pode ser concluído em apenas 8 horas. Rita Lourenço, chefe do Vigiagro de Viracopos, explica que, como os suínos de elite são criados em ambientes controlados e são sensíveis a condições climáticas desfavoráveis, a agilidade no processo de conferência e liberação é crucial para garantir a saúde e o bem-estar animal, além de reduzir o risco de mortalidade.
De março a setembro de 2023, o aeroporto de Viracopos recebeu 7.500 suínos reprodutores de alta genética em oito voos. Esses animais foram destinados a duas empresas brasileiras, Agroceres PIC e Topigs, e essa importação inédita de matrizes de suínos no Brasil foi coordenada de forma diferenciada para garantir a segurança sanitária e o bem-estar dos animais.
Todos os suínos importados passaram por uma quarentena nos países de origem sob controle da autoridade sanitária oficial, e, ao chegarem em Viracopos, foram transportados em caminhões lacrados até a Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), do Mapa, onde passaram um período de observação antes de serem liberados para seus destinos finais.
Em Cananéia, uma parceria público-privada firmada em 2016, envolvendo a Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (Abegs), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e o Mapa, permitiu a ampliação e adaptação das instalações da estação quarentenária para receber os animais importados. Em 2021, essa parceria contribuiu para garantir que os suínos reprodutores de elite pudessem ser recebidos em condições adequadas, consolidando o Brasil como referência mundial na criação suína.
Com esses investimentos e articulações, o Brasil agora exporta suínos de altíssimo valor genético, consolidando o país como líder na genética suína e ampliando sua presença no mercado internacional de animais de elite.