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BNDES Assume presidência do D20, grupo global dos maiores bancos de desenvolvimento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi eleito para presidir, durante os próximos dois anos, o D20 Long-Term Investors Club (D20), uma assembleia que reúne os 20 principais investidores e instituições financeiras de longo prazo do mundo. Esta é a primeira vez que o BNDES ocupa tal posição de liderança.

O BNDES co-presidirá com o Banco Europeu de Investimento (BEI). Os membros deste clube são majoritariamente provenientes do G20, composto pelas maiores economias mundiais, além da União Europeia e da União Africana.

A formalização do BNDES como co-presidente aconteceu durante o encontro do D20 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, realizado em simultâneo à Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP28). A eleição do banco brasileiro foi unânime.

Transição Energética

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, destacou a importância do D20 como um espaço crucial para estratégias de combate à crise climática, que ele descreveu como “dramática”.

Os membros do D20 são caracterizados pelo financiamento de longo prazo. Os empréstimos com prazos de décadas oferecem condições mais estáveis aos mutuários, sendo menos suscetíveis a volatilidades em períodos de crise.

“Enfrentamos um grande desafio na transição energética e na descarbonização da indústria. Essas questões devem ser priorizadas”, afirmou Mercadante.

Durante o período de dois anos, Mercadante co-presidirá com Ambroise Fayolle, vice-presidente do BEI. O BNDES delineou uma agenda de trabalho focada na coordenação entre setores público e privado para investimentos em infraestrutura e desenvolvimento de projetos que acelerem a transição para cidades inteligentes e sustentáveis.

O grupo também planeja realizar seminários e conferências para discutir estratégias de mobilização de fundos e a implementação de ferramentas financeiras inovadoras para o desenvolvimento urbano.

Desafios e Compromissos

Mercadante ressaltou entre os desafios do D20 a necessidade de “revisitar os paraísos fiscais, uma pauta negligenciada desde a crise de 2008, e uma reforma estrutural mais profunda do sistema financeiro”.

G20

A presidência do BNDES no D20 coincide com a presidência do Brasil no G20, iniciada na última sexta-feira (1º) e com término previsto para 30 de novembro de 2024. Durante este período, o Brasil sediará a Cúpula do G20 no próximo ano, juntamente com o encontro anual do D20.

Durante o mandato do BNDES, estão planejadas ações em colaboração com a Finance in Common (Fics), uma rede global de bancos públicos de desenvolvimento. “Vamos empenhar esforços para fortalecer o D20 e contribuir significativamente para o G20, o fórum mais preponderante na governança global, num mundo carente de governança”, afirmou Mercadante.

A abordagem de financiamento dos bancos internacionais é uma das preocupações do Brasil durante sua presidência no G20. Durante a reunião de cúpula do Mercosul nesta quinta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação de algumas instituições financeiras, enfatizando a necessidade de mudanças no sistema de Bretton Woods, que estabelece as regras para o sistema financeiro e monetário internacional. Lula declarou que tais instituições não podem ser “bancos sufocantes” e devem considerar a situação de cada país ao invés de serem uma fonte de dificuldades financeiras.

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