O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira (8) que os correntistas ainda não sacaram a impressionante quantia de R$ 7,33 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o final de agosto. Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) conseguiu restituir R$ 5,16 bilhões, de um montante total de R$ 12,49 bilhões disponibilizado pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são disponibilizadas com uma defasagem de dois meses. Até o final de setembro, 16.548.665 correntistas haviam recuperado seus recursos, representando apenas 28,65% do total de 57.764.704 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro do ano passado.
Entre os beneficiários que já efetuaram resgates, 15.777.618 são pessoas físicas e 771.047 são pessoas jurídicas. No entanto, 38.252.616 pessoas físicas e 2.963.423 pessoas jurídicas ainda não realizaram o resgate.
A maioria das quantias esquecidas é composta por pequenos valores. Cerca de 63,43% dos beneficiários têm direito a quantias de até R$ 10, enquanto 24,92% estão na faixa de R$ 10,01 a R$ 100. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,9% dos clientes, e apenas 1,75% têm direito a resgates superiores a R$ 1 mil.
Após quase um ano de inatividade, o SVR foi reaberto em março, com novas fontes de recursos, um sistema de agendamento aprimorado e a inclusão da possibilidade de resgate de valores pertencentes a pessoas falecidas. Em março, foram recuperados R$ 505 milhões em valores esquecidos, um número que aumentou para R$ 264 milhões em agosto, uma alta em relação ao mês anterior, quando apenas R$ 210 milhões haviam sido resgatados.
Esta nova fase do SVR apresenta diversas melhorias, incluindo a impressão de telas e protocolos de solicitação para compartilhamento via WhatsApp, bem como a inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Além disso, foi introduzida uma sala de espera virtual que permite que todos os usuários realizem consultas no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma baseado no ano de nascimento ou na data de fundação da empresa.
Outra inovação é a possibilidade de consulta de valores pertencentes a pessoas falecidas, com acesso permitido a herdeiros, testamenteiros, inventariantes ou representantes legais. Além disso, o sistema proporciona mais transparência para contas conjuntas: se um dos titulares solicitar o resgate de um valor esquecido, o outro poderá visualizar informações como valor, data e CPF da pessoa que fez o pedido.
Além das melhorias, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado, tais como contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas, e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
O SVR também engloba valores disponíveis para saque no ano anterior, provenientes de contas correntes ou poupanças encerradas, cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito, recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados, tarifas cobradas indevidamente e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas de forma incorreta.
O Banco Central alerta os correntistas sobre golpes de estelionatários que alegam intermediar supostos resgates de valores esquecidos. Vale ressaltar que todos os serviços do Sistema de Valores a Receber são inteiramente gratuitos, e o BC não envia links nem entra em contato para discutir valores a receber ou confirmar dados pessoais.
O BC esclarece que somente a instituição financeira listada na consulta do Sistema de Valores a Receber tem autorização para contatar os cidadãos, e nenhum cidadão deve fornecer senhas a terceiros. Apenas a instituição responsável pelos valores tem permissão para solicitar tais informações.
