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Juros altos, PIB estagnado e inflação elevada preocupam o agronegócio em 2025, aponta Boletim Focus

Com projeção de PIB travado em 1,97% e inflação de 5,65%, produtores rurais enfrentam custos crescentes e crédito agrícola mais caro

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O novo Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Banco Central, revela que o cenário econômico brasileiro em 2025 segue desafiador para o setor agropecuário. O mercado mantém a previsão de crescimento do PIB em apenas 1,97%, enquanto a inflação prevista para o ano continua elevada, em 5,65%, pressionando os custos de produção no campo e o poder de compra das famílias.

Além disso, a taxa básica de juros (Selic), usada para controlar a inflação, está em 14,25% ao ano, com expectativa de alcançar 15% até dezembro. Essa realidade impacta diretamente o produtor rural, que depende de financiamentos para custeio e investimentos, especialmente em um cenário de insumos dolarizados e margens cada vez mais apertadas.

Alta do dólar e da energia afeta diretamente o campo

A cotação do dólar, projetada para R$ 5,90 até o fim de 2025, encarece fertilizantes, defensivos, máquinas importadas e demais insumos agrícolas. Somada ao avanço da inflação e da energia elétrica, essa alta pressiona o custo de produção em todas as cadeias do agro.

Em fevereiro, o IPCA subiu 1,31%, maior índice para o mês em mais de 20 anos, elevando ainda mais o preço dos alimentos e afetando o consumo interno. O setor, que tradicionalmente sustenta o superávit da balança comercial, pode enfrentar uma retração de demanda se o cenário interno continuar desaquecido.

Economia parada e crédito restrito: o agro sente os efeitos

As projeções para os próximos anos também não são otimistas: crescimento do PIB de 1,6% em 2026 e 2% em 2027 e 2028. Apesar das exportações seguirem como pilar do setor, o crédito encarecido pode limitar o investimento em tecnologia, armazenamento, irrigação e infraestrutura rural.

O Boletim Focus ainda aponta que a Selic deve cair apenas gradualmente: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028, cenário que ainda está longe de representar alívio para o agronegócio. A inflação também só deve retornar à meta em médio prazo.

O produtor rural precisa se planejar com ainda mais cuidado, buscando gestão financeira eficiente, alternativas de crédito, consórcios agrícolas e parcerias estratégicas, enquanto monitora as políticas econômicas do governo federal.

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