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Banco Central lidera iniciativa no G20 para estabelecer diretrizes em pagamentos internacionais

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O presidente do Banco Central (BC) do Brasil, Roberto Campos Neto, anunciou nesta quinta-feira (7) a determinação da autarquia em promover a criação de regulamentações para transações financeiras internacionais, durante a presidência do Brasil no G20, coalizão que reúne as 20 principais economias globais.

Campos Neto enfatizou que a governança representa o último obstáculo crucial para a integração entre sistemas, após a superação de desafios tecnológicos e de liquidez.

“Nosso objetivo no G20, uma pauta que eu mesmo propus, é estabelecer uma taxonomia de pagamentos internacionais. Estou colaborando com o presidente do Banco Central da Itália, Fabio Panetta, para desenvolver um conjunto de diretrizes que serão aplicadas. Uma vez resolvidos os problemas tecnológicos e de liquidação, a governança das transações internacionais será definida por essas regras, e os países que desejarem participar deverão aderir a elas”, afirmou.

O presidente do BC ressaltou as disparidades entre legislações e sistemas regulatórios e fiscais de cada nação. “Este é um trabalho que vamos iniciar no âmbito do G20, juntamente com o G7 e o BIS [Banco de Compensações Internacionais], e acredito que podemos progredir significativamente neste tema”.

A presidência do Brasil no G20, iniciada em 1º de dezembro, terá duração de um ano, encerrando-se em 30 de novembro de 2024. Esta é a primeira vez que o país assume tal posição na história do grupo, em sua configuração atual. O BC participa da trilha de finanças do G20, abordando questões macroeconômicas e de financiamento, enquanto a outra trilha aborda políticas públicas de forma mais ampla.

Durante o mandato, o Brasil coordenará mais de 100 reuniões oficiais em diversas cidades do país, incluindo cerca de 20 encontros ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O ponto culminante será a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

O presidente do BC proferiu uma palestra no Encontro Anual Drex 2023, abordando o futuro digital do Sistema Financeiro Nacional.

Segundo Campos Neto, para a internacionalização da moeda brasileira, além da modernização da regulação cambial aprovada pelo Congresso Nacional em 2021 e em vigor desde janeiro, o Banco Central desenvolveu o Drex, uma versão digital do real.

Campos Neto enfatizou que a transformação da economia depende da interligação entre moedas digitais e a tokenização de ativos para negociação, isto é, a conversão de valor de um ativo para o formato digital.

No Brasil, ele destacou que essa agenda está organizada em quatro pilares fundamentais: o PIX, sistema de pagamento instantâneo do BC; a internacionalização da moeda; o Open Finance, compartilhamento de dados financeiros; e o Drex. Todos esses, segundo Campos Neto, estão em processo de desenvolvimento e aprimoramento.

Nesse contexto, o presidente do BC também defendeu a implementação de um marketplace de serviços financeiros no Brasil, uma plataforma que agrega contas e informações financeiras dos cidadãos. Ele prevê que os bancos competirão por canais e por “principalidade”, ou seja, pela primazia como canal principal de acesso a esse ambiente de contas integradas.

“Estamos seguindo em direção a um caminho de marketplace de serviços financeiros. Se alguém possui quatro ou cinco contas bancárias, não faz sentido ter quatro canais de entrada”, explicou.

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